Levando a Doutrina Espírita para fora dos muros da Casa Espírita

Doutrina Espírita

A Doutrina Espírita é uma doutrina religiosa, filosófica e científica, com moral cristã, codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, que usava o pseudônimo Allan Kardec. Ele criou o termo “espiritismo” em 1857 e o definiu como “a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o ensino dos espíritos”. Mesmo não sendo reconhecido como ciência, Kardec dizia que o espiritismo alia aspectos científicos, filosóficos e religiosos, buscando uma melhor compreensão não apenas do universo material, mas também do universo espiritual. 

A doutrina Espírita é composta de  cinco obras básicas, chamadas de Codificação Espírita, publicada por Allan Kardec entre os anos 1857 à 1868. A codificação é composta pelo: O Livro dos EspíritosO Livro dos MédiunsO Evangelho segundo o EspiritismoO Céu e o Inferno e A Gênese. Contam ainda com as chamadas obras “complementares”, como O Que é o Espiritismo?Revista Espírita e Obras Póstumas

 

Fundamentos principais da Doutrina Espírita

 

A doutrina espírita, de modo geral, fundamenta-se nos seguintes princípios:

1 – Existência e unicidade de Deus, rejeitando o dogma da Santíssima Trindade (Conforme está na primeira questão de O Livro dos Espíritos – “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.);

2 – O universo é criação de Deus, incluindo todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais, estando todos destinados a lei do progresso;

3 – Existência e imortalidade do espírito, compreendido como individualidade inteligente da Criação Divina que atua sobre a matéria através de um elemento “semimaterial” chamado de perispírito, e assim como o espírito, é indestrutível;

4 – Volta do espírito à matéria (reencarnação), tantas vezes quanto necessário, como o mecanismo natural para se atingir o aperfeiçoamento material e moral. No entanto, para a doutrina, a perfeição que a Humanidade é suscetível atingir é relativa pois apenas Deus possui a perfeição absoluta, infinita em todas as coisas. O espiritismo rejeita a crença do espírito do homem voltar na forma de um animal, de um vegetal;

5 – Todos os espíritos foram criados, “simples e ignorantes” em sua origem, e destinados invariavelmente à perfeição, com aptidões idênticas para o bem ou para o mal, dado o livre-arbítrio;

6 – Possibilidade de comunicação entre os espíritos encarnados (“vivos”) e os espíritos desencarnados (“mortos”), por meio da mediunidade (também denominada comunicabilidade dos espíritos). Essa comunicação é realizada com o auxílio de pessoas com determinadas capacidades (mediunidade);

7 – Lei de causa e efeito, compreendida como mecanismo de retribuição ética universal a todos os espíritos, segundo a qual nossa condição atual é resultado de nossos atos passados e nossos pensamentos, palavras e atos constroem diariamente nosso futuro;

8 – Pluralidade dos mundos materiais habitados: a Terra não é o único planeta com vida inteligente no universo, sendo possível a reencarnação em outros planetas;

9 – Jesus, criado por Deus, é o guia e modelo para toda a humanidade. Segundo  a Doutrina Espírita, a moral cristã contida nos evangelhos canônicos é o maior roteiro ético-moral de que o homem possui, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade;

10 – Fora da caridade não há salvação. Para a Doutrina Espírita a caridade consiste em benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas.

Além disso, podemos citar como características secundárias:

11 – A noção de continuidade da responsabilidade individual por toda a existência do espírito;

12 – Progressividade do princípio espiritual dentro do processo evolutivo em todos os níveis da natureza;

13 – Ausência total de hierarquia sacerdotal;

14 – Abnegação na prática do bem, ou seja, não se deve cobrar pela prática da caridade, nem o fazer visando a segundas intenções. Toda a prática espírita é gratuita;

15 – Uso de palavras e conceitos próprios, como, por exemplo, perispírito, mediunidade, Centro Espírita;

16 – Total ausência de exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, amuletos, talismãs, culto ou oferenda a imagens ou altares, danças, procissões ou atos semelhantes, paramentos, andores, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso e fumo, práticas exteriores ou quaisquer sinais materiais;

17 – Ausência de rituais, a exemplo de batismo, culto ou cerimônia para oficializar casamento;

18 – Incentivo ao respeito para com todas as religiões e opiniões.

19 – Ter uma fé raciocinada, rejeitando a fé cega que não utiliza o raciocínio lógico em suas crenças.

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